É comum falarmos que a música é algo muito bonito e importante para o ser humano, mas será que temos a idéia da profundidade e da necessidade dela na formação do individuo, como ser pensante, criativo, capaz de ser mais bem sucedido nesta vida?
No Brasil antes do golpe militar que instituiu a ditadura em 1964, a música era matéria obrigatória nas escolas, que reprovava. Nos governos militares ela foi tirada das escolas junto com as artes. Por quê?
Qual era o problema? A música é uma linguagem universal, uma maneira de expressão profunda, cativante, sedutora... Não só isso! A música desenvolve o cérebro, o raciocínio espacial, a capacidade de realizar cálculos, a psicomotricidade, a cognição motora humana, em outras palavras, ajuda no equilíbrio, na sensibilidade e na força de pegar ou largar objetos que uma criança desenvolve em seus primeiros anos de vida, sobre tudo por causa da parte rítmica, ao mesmo tempo em que ensina matemática. - Quem aprende matemática aprende todas as outras matérias!
Nos EUA há muito que a música é matéria obrigatória nas escolas, sendo parte do currículo a exigência de tocar ao menos um instrumento para que se forme no ensino médio! Recentemente, alguns políticos do congresso americano tentaram tirar a obrigatoriedade da música nas escolas (parte de um processo dominador e imbecilizante destes governantes nas últimas duas décadas), a classe artística se levantou, protestou e foi mantido o ensino musical escolar naquele país! Eles sabem que a música forma o cidadão. Aqueles maus governantes também...e aqui no Brasil? Também sabem, por isso a música foi tirada das escolas! Para sermos mais facilmente manipulados, programados para recebermos um salário digno de fome sem protestar com inteligência; para vendermos nosso voto em troca de “cinqüenta real”, ou em troca de tijolo, areia, cimento para a reforma da casa ...ou da igreja...
Pesquisas de institutos importantes como o Gallup (EUA) apontam que uma criança que estuda por dia música a metade do tempo que outra que estuda informática, desenvolve mais a inteligência.
Outro exemplo de pesquisa liderada pelo Dr. E. Glenn Schellenberg, na University of Toronto, Canadá, 144 crianças receberam aleatoriamente lições de teclado, lições de voz, lições de drama ou nenhuma lição, atividades conduzidas por um ano. As crianças realizaram testes de QI(Quociente de Inteligência) antes e depois das lições. Os resultados deste estudo revelaram que aumentos no QI do pré para o pós-teste foram maiores nos grupos de música do que nos outros dois grupos. Fonte: Psychological Science, 19/08/04.
E o que falar na capacidade de expressão? Torna o indívíduo mais ágil na comunicação, no controle das emoções, isto porque a música toca desde o corpo, a alma e o mais profundo no espírito humano!
No artigo “Música, comportamento social e relações interpessoais”, de Beatriz Ilari, professora do Departamento de Artes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), revista Psicologia em Estudo. 50 adultos não-músicos, com média de 27 anos de idade,tiveram que escolher parceiros que lhe parecessem mais atraentes em classificados de anúncios de jornais e de sites na internet. A variável música foi colocada em alguns anúncios. Com o estudo demonstrou-se que o fator musical é mais um agente na escolha de parceiros. As respostas das questões sobre a utilização da música no cotidiano, em outra parte do trabalho mostrou que para 67% das pessoas a música teve papel relevante em determinado momento da vida, quatro grupos diferenciados utilizaram o universo musical como: 1º “objetivos de excitação”,nesse caso, a música tem a função de aumentar ou diminuir o estado de excitação dos ouvintes. Ritmo e velocidade tem uma função importante; 2º “fundo acústico”. Para esse grupo de pessoas a música é um elemento importante na criação de atmosferas ou ambientes sonoros; 3º “facilitadora de atividades” promove a aproximação de indivíduos, sociabilização e 4º “artefato mnemônico”, facilita o armazenamento de eventos significativos na memória, marca momentos da vida. Isso é comum em casais e amigos que elegem uma canção musical como um ícone de representação de seu relacionamento, ou que lembra momentos importantes vivenciados. Do ponto de vista da psicologia cognitiva, a música está relacionada à atração interpessoal, conclui o estudo, com base nos resultados obtidos. “A música aproxima os indivíduos, além de promover a interação social e de trazer riqueza cultural e diversidade".
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