terça-feira, 29 de novembro de 2011

A vida imita o xadrez



O xadrez é o camundongo dos pesquisadores da cognição. Da mesma forma como os roedores são usados em la-boratórios de desenvolvimento de remédios, o tabuleiro é a melhor ferramenta para entender como o cérebro humano recebe e processa informações. Observando dois enxadristas, os cientistas podem medir a capacidade de raciocínio, dividi-la em seus componentes formadores e submetê-la aos mais va-riados testes sem interferir no objeto avaliado. Depois de décadas de estudos, os jogadores-cobaias estão ensinando uma lição valiosa: a genialidade é muito relativa. Mais importante do que nascer com um certo talento é treinar o cérebro incansavelmente, e por muito tempo. E isso vale para o desempenho em diversas atividades, da habilidade com a bola à capacidade de falar idiomas.

99% transpiração
Um mestre do xadrez organiza rapidamente um volume gigantesco de informações. É o caso do enxadrista Gary Kasparov e também de outros gênios como o compositor Mozart ou mesmo o piloto Michael Schumacher. O conceito serve para todo o processo educativo: crianças treinadas desde cedo a interpretar grandes quantidades de dados tendem a ser mais habilidosas nas áreas de atuação que escolhem.

Golaço
Quando Ronaldinho Gaúcho recebe a bola, ele pode driblar alguns zagueiros e chutar a gol, tocar para o lado e se posicionar para receber outro passe ou ainda fazer um lançamento em profundidade para o atacante. Como saber qual a melhor opção? O cubano José Raúl Casablanca, que em 1909 venceu 168 jogos de xadrez seguidos, resumiu a solução: “Vejo apenas um movimento à frente, mas é sempre o certo”.

Bytes sonoros
Se os gênios do xadrez são capazes de descartar as piores alternativas tão rápido, é porque conseguem avaliar a posição de cada peça e relembrar de outras jogadas já feitas em condições parecidas. É graças a esse tipo de memória que um músico consegue desenvolver melodias longas. Essa habilidade também ajuda os programadores de computador, cujas linhas de comando obedecem a um longo encadeamento lógico.

Parle-vouz inglês?
Mesmo os maiores mestres do xadrez conhecem algumas jogadas melhor do que outras e têm mais dificuldade em realizar aquelas com as quais estão menos acostumados. Por isso é que, no fim das contas, eles são razoavelmente previsíveis. Funciona do mesmo jeito com as pessoas que falam mais de uma língua. Elas sempre acessam com muito mais facilidade o idioma ao qual estão mais acostumadas naquele momento.

Fonte: Super

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