segunda-feira, 7 de julho de 2014

Padres-maçons brasileiros

Papas II.imagemPapa Clemente XII
Resumo dos acontecimentos históricos que antecederam à Edição da Bula “In Eminenti Apostolatus Specula” assinada pelo Papa Clemente XII em 28 de abril de 1738.
A Bula “In Eminenti” assinada pelo Papa Clemente XII em 1738, foi na verdade uma articulação daqueles que estavam à sua volta, sob o comando do Cardeal Néri Corsini, sobrinho, assessor e braço direito de Clemente XII.
O Papa nessa época estava muito doente, quase não saia da cama (sofria de artrose severa que praticamente o impedia de sair da cama, que os médicos da época chamavam de “gota” e tinha também uma hérnia, que por vezes lhe saíam as vísceras, precisava sempre andar com bandagem para mantê-las no lugar), e completamente cego….tudo o que ele assinava, tomava conhecimento através do que lhe era falado.
Depois do conteúdo de qualquer documento ser explanado e, ele estando de acordo, seu assessor, o Cardeal Corsini, orientava sua mão na parte do documento que deveria ser assinada. Sinteticamente, como a maioria de nós já sabe, a Bula diz que quem freqüentar Ordens Iniciáticas Secretas (inclui-se aí a Maçonaria) será excomungado.
Vamos narrar alguns fatos históricos importantes para entendermos porque e como ela foi elaborada.
A Igreja Romana preocupava-se especificamente com um oficial Inglês chamado Barão Stosch, pois para a época ele era um revolucionário que pregava idéias de liberdade que colocavam em risco o poder da Igreja, além disso, falava aos quatro ventos que era um “Liberi Muratori” (Free-Mason – Franco-Maçom) e membro de uma Loja Maçônica em Florença, como a Igreja já tinha conhecimento de que na Ordem havia um “grande segredo” que não poderia ser revelado, esse foi um motivo muito grande para colocar a Ordem na mira do poder da Igreja.
Vale um esclarecimento, a maioria esmagadora das Lojas Maçônicas Européias do século XVII e XVIII foi fundada por Ingleses, Irlandeses e Escoceses, das mais variadas áreas profissionais.
É bom reforçar, todas elas tinham Ingleses, Irlandeses e Escoceses em seus quadros, que para a Igreja Católica eram considerados hereges.
Ocorre que nem na própria Maçonaria, em Florença, o Barão Stosch era bem quisto. Mas, como ele era amicíssimo e mantinha um ótimo relacionamento com Sua Majestade o Rei da Inglaterra, ninguém tinha coragem de propor sua saída da Ordem e de Florença e, apesar da Igreja pressionar o Grão-Duque da Toscana a expulsar o desafeto, ele demora a executar essa ordem, pois também não queria arrumar um problema sério com o Rei da Inglaterra.
Os Membros do Clero que estavam assessorando o Papa estavam de olho nele e na Maçonaria de algumas cidades Italianas, (Florença, Veneza, Pisa) e era contra elas que estavam preparando uma “punição”. Mas, por sua (maçonaria) dita “universalidade”, o Vaticano acabou estendendo essa “punição” para toda a instituição européia continental, a coisa deixaria de ser pessoal e passaria a ser contra a instituição. Mais ou menos assim: – matar a vaca para acabar com o carrapato.
Desde o Século XVII a alta cúpula do Papado de Roma estava preocupada com a nova sociedade, que surgia com muita força em quase todos os países da Europa. Denominada Franco-Maçonaria, não por evidências de desvio de comportamento de seus integrantes, mas principalmente pelo conteúdo do juramento que era prestado pelos homens que nela entravam.
Percebam que já era de conhecimento da Igreja, desde o final do Séc. XVII, o conteúdo do Juramento da nossa Cerimônia de Iniciação Maçônica.
O que lhes causava verdadeiro “pânico” era os iniciados se permitirem ter uma morte “horrível” e “cruel” se revelasse o seu segredo… que era o de ter o P.’. cortado e a cabeça A.’. e seu C.’. Ent.’. nas areias do mar, onde o F.’. e R.’. das ondas o mantivesse em P.’. Esquecimento.
Para eles, a permissão desse tipo de morte para guardar um segredo, dava margem a criarem um sem número de teorias conspiratórias contra o poder da Igreja no continente Europeu, e esse também foi o argumento utilizado pela Igreja para trazer como aliados Reis de alguns Países europeus. De forma bem objetiva não era nada mais que isso.
O conteúdo do nosso Juramento está escrito em vários documentos do Vaticano espalhados por toda a Europa, e estão guardados em Arquivos ou Bibliotecas Nacionais e no próprio Arquivo Secreto do Vaticano até hoje.
Só a título de curiosidade, o jornal londrino “The Flying Post” publicou nos dias 11, 12 e 13 de abril de 1723, “a masons examination” (o exame de um maçom) e nessas edições, colocou todo o conteúdo do juramento prestado pelo Aprendiz no dia de sua Iniciação.
Quando o Vaticano, através dos assessores do Papa Clemente XII, resolveu tomar uma medida punitiva contra os Membros de algumas Lojas Maçônicas da Itália, repito, por causa de sua conhecida “universalidade” maçônica, resolveram estender isso para toda a Ordem existente na Europa católica. Acontece que a Maçonaria em sua Origem é eminentemente Cristã, na Inglaterra, Escócia e Irlanda não católica, mas cristã.
Quando os padres inquisidores, principalmente em Portugal e Espanha, foram atrás de seus membros para proibi-los de reunirem-se sob pena da excomunhão, surpreenderam-se, pois todas as Lojas já não mais se reuniam, resolveram encerrar suas atividades assim que tomaram conhecimento da proibição pela Bula Papal.
Podemos perceber aqui que, como sabemos, os Maçons respeitaram o que juravam, assim como fazemos hoje, respeitar as Leis, os Poderes Constituídos e a soberania dos Reis e, naquela época, uma ordem Papal era Lei.
Ninguém fora da Ordem sabia que o juramento “terrível”, restringia-se apenas à divulgação dos toques, sinais e palavras pelos quais os Obreiros utilizavam para se reconhecer em qualquer lugar do mundo.
A Maçonaria naquela época era realmente de ajuda mútua, quando um Irmão precisava de ajuda, os outros se reuniam e o ajudavam para evitar que “profanos” tirassem proveito dessa ajuda mútua, juravam segredo quanto aos sinais, toques e palavras… comportamento este herdado das antigas guildas de pedreiros livres.
Bem resumidamente, o incomodo que o Barão Stosch causava no Clero com seus discursos revolucionários associados a essa falta de entendimento da diferença do juramento, mais o medo da força que a Ordem vinha adquirindo por causa do nível intelectual de seus membros e da “febre’ que acometeu a alta sociedade européia em participar da Ordem, foram as principais causas para a Edição da Bula.
Esses fatos resumidamente colocados acima são ingredientes mais do que suficientes para compreendermos o que aconteceu depois…
É de a natureza humana criar monstros onde não existe, o desconhecimento causa perturbação, que geram as suposições e as teorias conspiratórias, que acabam tornando-se problemas reais… daí à ação é apenas um pequeno passo….
Padres-maçons brasileiros
Se os católicos se referem a maçonaria como seita satânica por que existiram tantos padres maçons?
Foi publicado a seguinte lista incompleta de padres-maçons brasileiros, em um jornal de Pernambuco, lista que aqui transcrevemos para perpetuação da memória dos que se não julgaram indignos com os vilipêndios que ainda hoje lhe são atirados;
Bispo Azeredo Coutinho 33. `. (Escritor português prelado de Pernambuco.)
Bispo Conde de Irajá 33. `. (Sagrador, coroador e celebrante do casamento de Dom Pedro II.)
Conego Dr. João Carlos Monteiro 3.`.
Conego Francisco L. de Brito Medeiros Campos 3.`.
Conego Ismael de Senna Ribeiro Nery 18.`.
Frei Antonio do Monte Carmelo 18.`.
Frei Candido de Santa Isabel Cunha 18.`.
Frei Carlos das Mercês Michelli 7.`.
Frei Francisco de Monte Alverne 33.`. (Maior pregador do século XIX.)
Frei Francisco de Santa Thereza Sampaio 7.`. (Grande polemista)
Frei Francisco de São Carlos 33.`.
Frei Joaquim do Amor Divino Caneca 7.`.
Frei Norberto da Purificação Paiva 33.`.
Monsenhor ***** de Campos .`. (Escritor pernambucano.)
Padre Albino de Carvalho Lessa 3.`.
Padre Antonio Alvares Guedes Vaz 18.`.
Padre Antonio Arêas 3.`.
Padre Antonio da Immaculada Conceição 3.`.
Padre Antonio João Lessa 7.`.
Padre Auliciano Pereira de Lyra 33.`.
Padre Bartholomeu da Rocha Fagundes 30.`.
Padre Candido Ferreira da Cunha 33.`. ( 1º Presidente da Constituinte do Brasil.)
Padre Diogo Feijó 33.`. ( Regente do Brasil, na menoridade de D. Pedro II.)
Padre Ernesto Ferreira da Cunha 17.`.
Padre Francisco João de Arruda 3.`.
Padre Francisco José de Azevedo 18.`. (Inventor da primeira maquina de escrever.)
Padre Francisco Marcondes do Amaral 3.`.
Padre Francisco Peixoto Levante 15.`.
Padre Guilherme Cypriano Ribeiro 3.`.
Padre Januário da Cunha Barbosa 7.`. ( Orador sacro, fundador do Instituto Histórico Brasileiro. )
Padre João da Costa Pereira 3.`.
Padre João José Rodrigues de Carvalho Celeste 7.`.
Padre Joaquim Ferreira da Cruz Belmonte 33.`.
Padre José Capistrano de Mendonça 30.`.
Padre José da Silva Figueiredo Caramurú 32.`.
Padre José Luiz Gomes de Menezes 33.`.
Padre José Roberto da Silva 3.`.
Padre José Sebastião Moreira Maia 3.`.
Padre Lourenço de Albuquerque Loyola 3.´.
Padre Manoel Cavalcante de Assis Bezerra de Menezes 3.´.
Padre Manoel Telles Ferreira Pita 7.´.
Padre Paulo de Maia 3.´.
Padre Thomaz dos Santos Mariano Marques 3.´.
Padre Torquato Antonio de Souza 3.´.
Padre Vicente Ferreira Alves do Rosário 33.´.
Vigário Eutychio Pereira da Costa 33.´. ( Deleg. do Grão Mestre no Pará em 1.877 – Bol G.O.B. 1.918 pág. 1.123.)
(Garantimos a autenticidade dos presentes nomes, pois se acham registrados na Grande Secretaria Geral da Ordem no Rio de Janeiro – Do Popular ( Victoria, de 16 de Maio de 1.908.)
Padre Vicente Gaudinieri ( Iniciado na Loja Modestia nº 0214, em Morretes, transferido para Palmeira-PR, onde, por coincidência em 1º/02/1.898 foi fundada a Loja Conceição Palmeirense, a qual mais tarde, mudou o nome para Loja Moria. Participou como fundador da Loja Luz Invisível, está registrado no Livro de Obreiros nº 1, na página nº 23.)
Padre Guilherme Dias ( A Loja Luz Invisível nº 33 – Curitiba, possui correspondência deste irmão, quando passou a residir na cidade de Ponta Grossa.)

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