segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Repensando na Maçonaria

Já decorreu algum tempo de minha iniciação. Momento sublime de grande significado para o crescimento da alma. Lá estava eu, aprendiz maçom, entre colunas com todos os irmãos voltados para mim, jurando dar a vida para me defender e eu a eles. Palavras foram ditas e ecoaram no templo, com grande significado simbólico e esotérico. Ali nascia um novo homem, LIVRE E DE BONS COSTUMES, pronto para aprimorar-se e crescer em todos os sentidos.
Com o tempo passando, observa-se que tudo que se imaginava ser a maçonaria, não vinha de encontro com a expectativa existente em meu âmago.
Antes de iniciado, lemos muitos livros de cunho maçônico, que nos dava visão de uma sociedade a caminho da perfeição, com certeza perfeita porem com falhas humanas gritantes.
Meu objetivo de estudos filosóficos e esotéricos da simbologia em seu conteúdo não condiz com o comportamento maçom, ora praticado nas lojas por onde andei. Tão sublime ordem, deturpada com conceitos políticos de cunho totalmente pessoal, pondo a vaidade e o orgulho em primeiro plano, traçando objetivos pessoais de ambições cooperativistas, usando tão sublime ordem como referência e estandarte para chegar a suas metas pessoais, não importando os custos morais, espirituais e materiais que isso venha a representar.
O conhecimento acarreta responsabilidade. Fica uma pergunta no ar: quantos lapidaram, poliram a sua PEDRA BRUTA? Como poderão traçar a construção do templo de SALOMÃO se não lapidaram e poliram suas pedras interiores? Qual o sentido simbólico da lenda de HIRAM para a maioria dos irmãos que lá chegaram? Estamos lidando com energia e a energia mal manipulada, acarreta uma desarmonia de proporções devastadoras a todos os que compõem a instituição. Uma ritualística essencialmente simbólica, com todos os objetivos de galgar os degraus de Jacó para atingir os mais puros e distintos graus da evolução interdimensional de nossa existência, não pode desta forma erguer a mais pura e bela geometria sagrada.
As distorções não ocorrem nesta dimensão e sim são erguidas em todas as dimensões geometrias assimétricas, irregulares, que somente podem dar como resultado o desequilíbrio na construção de nosso templo interior.
Quanticamente falando, o reflexo e as ondas criadas atingem e ativam as energias mais densas que não fazem parte da ideologia e nem da busca maçônica, ativando energias disformes, irregulares e que atingem a todos de forma devastadora. Não apenas em sua vida tridimensional, mas dentro de seu templo interior. Templo este que alguns são capazes de exibir apenas usando os símbolos em seu corpo tridimensional, botons em seus paletós, em um puro exibicionismo para o mundo profano.

Se pudéssemos ver de forma dimensional estas geometrias, poucos não conseguiram sequer edificar a base, ou melhor, sair do projeto de seu templo. Mas o templo interior pode esperar, pois não há tempo para construí-lo, afinal a dedicação esta na política, nos cargos e nas grandes e ricas aparições em reuniões, nos paramentos e no luxo tridimensional. Já anteriormente referi a este estado de aparente edificação em “Olhai como crescem os lírios do campo! Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles…”
A busca que tanto me tonteia reside neste desabafo. Não quero ser omisso. Não quero os postos e cargos. Não quero apenas estar paramentado. Não quero ser altivo. Não quero espelhar neste lago de agregados psíquicos. Não quero me poluir. Não quero me contaminar. Não quero que meus amigos sejam como o Bicho de Manoel Bandeira.
Vi ontem um bicho no pátio
Tudo que achava
Não olhava e nem cheirava
Engolia com voracidade
O bicho meu Deus,
Não era um cão
Não era um gato
Não era um rato…
O bicho meu Deus
Era um homem!
Sou um beija-flor e tenho consciência disto. Minha capacidade atual é de carregar gota a gota de água para ajudar a apagar este incêndio dentro desta tão imensa floresta. Vou continuar a fazer a minha parte. Se fosse possível a todos imaginar a presença de um dos primeiros templários dentro de uma augusta loja, pergunto: Será que ficaria satisfeito em ver tanto esforço resumido em atitudes tão individualistas e recheadas do tanto ego? Ou levantaria sua espada flamejante contra esta situação? Em 2000 anos o que aconteceu?Qual o grau de evolução? Será que depois de tantas perdas de vidas, resultaram nesta situação?
Acredito que tudo pode ser mudado, com a força do amor e do perdão, sem julgamentos individuais e sim com o grande propósito de união e elevação da humanidade.

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