quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Academia de Platão

Tendo como pressuposto que Platão equipara virtude a conhecimento, e que a coragem está ao lado da razão, é a razão quem deve governar a alma. A razão tem o poder da reflexão, que dá a clareza de consciência, que permite analisar todos os atos. Eis que o que se dá na alma é o que chamamos de educação. E a alma busca o Bem, essa é a finalidade de todos os seus atos. Assim, a filosofia é realizada na Academia de Platão, pela oralidade, a vida comunitária regida pelos discursos e diálogos, pela educação da alma. O método socrático e a matemática (fonte em Pitágoras) são ciências necessárias à formação do filósofo, sendo que a matemática revela ordem, harmonia, fornecendo uma visão de perfeição do mundo inteligível.

Platão desiludiu-se com a política, diante das corrupções e violências cometidas no governo. Ficou impressionado com a morte de Sócrates, e constatou que há grande distância entre filosofia e política, e que são incomparáveis. Platão vê a filosofia com soberania para demonstrar a nível individual e público, o que é ser justo, para um governo e uma cidade justa. E que isso se concretizaria se os governantes fossem filósofos.

A Academia objetivava formar novos homens, no sentido transformador do amor ao bem, num ato de sublimação, visando o tornar-se virtuoso pela ação. O filósofo é aquele que escreve na alma. E o verdadeiro conhecimento, é universal, refletido em si mesmo e de si toma consciência. Por isso nos diálogos há o comum acordo, onde se superam os pontos de vista individual. Entretanto havia a liberdade de pensamento, de expressão. O fundamento da escola era o ato do diálogo, visto e tido como um modo de vida, pois o mesmo conduz à transformação do ser humano.

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